Lagartas encontradas na Costa Rica ‘se disfarçam’ de cobras e de
outros animais para amedrontar predadores, segundo um estudo publicado nesta
semana pela revista especializada The Proceedings of the National Academy of
Sciences.
Algumas dessas espécies chegam a "abrir"
os olhos falsos quando algum predador,
como um pássaro, se aproxima.
(Foto: Daniel H. Janzen)
De acordo com o estudo dos pesquisadores Daniel H. Janzen e Winnie
Hallwachs, da Universidade da Pensilvânia, e John M. Burns, do Museu Nacional
de História Natural do Smithsonian, centenas de espécies de lagartas e
crisálidas de borboletas e mariposas apresentam olhos e escamas falsos,
semelhantes aos de cobras e lagartos.
Segundo os pesquisadores, essas espécies evoluíram para explorar o
instinto natural de animais, como os pássaros, de evitar predadores potenciais.
Eles acreditam que, sem tempo para checar se a ameaça é real ou
não - sob o risco de ser “comido” se a ameaça for confirmada -, o pássaro foge
assim que identifica os olhos ou as escamas.
Algumas espécies chegam ao ponto de “abrir” os olhos falsos quando
o pássaro se aproxima ou de emitir um som semelhante ao de uma cobra.
As espécies foram todas encontradas e catalogadas na Área de
Conservacão Guanacaste (ACG), nas florestas do noroeste da Costa Rica, por
Jenzen e sua esposa, Hallwachs, nos últimos 32 anos.
Mais de 450 mil espécies foram estudadas na área de quase 124
quilômetros quadrados. O número de espécies apenas nesta região é equivalente
ao de todas as espécies de mariposas e borboletas encontradas nos Estados
Unidos.
Toda a área de conservação foi comprada com doações, e Janzen
lembra que a única maneira de preservar essas milhares de espécies é
preservando seu habitat.
Atualmente, os pesquisadores tentam reunir recursos para comprar
uma área de 2,76 quilômetros quadrados em particular.
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