5 de nov. de 2010

O Tempo


 Senhor de todos os momentos,
 és impiedoso e cruel. Pára!
      Deixa que eu sinta o vento tocar
meu rosto ainda jovem.
Deixa  sorrir meu sorriso  e mostrar
meus dentes  inteiros e alvos...
Deixa que eu viva mais devagar
e mais lentamente  percorra o caminho
que  o destino traçou.


Deixa que eu siga sem pressa.

Conceda-me seu tempo  porque o meu é pouco
para encontrar  o amor  que, como  um louco,
até agora procurei em vão.
E quando um dia eu me for,
quero que aconteça
suavemente e com a mansidão
que até agora  me negaste à vida!
E quando um dia eu me for, que minha ida
não traga aos que me amaram o desespero,
mas sim a  plena e incontestável  certeza
de que por fim o Tempo
tornou-se meu amigo.
Me deu tempo e  sutileza
              para que eu  sentisse o Amor...
          
              E que  pra  mim
             ...a vida valeu a pena.

bauerlopez
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1998


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2 comentários:

Irene disse...

Achei esta poesia muito real. Me identifiquei com, O TEMPO. O bendito amor. Onde se esconde ?

Bauerlopez disse...

O tempo desgasta o físico mas fortalece a alma, os sentimentos.
O amor está dentro a alma...